Instituição decidiu reduzir taxa de 12,25% ao ano para 11,25%. Expectativa do mercado é de que taxa caia mais, para 8,5% ao ano
Pela quinta vez consecutiva, o Banco Central decidiu cortar os juros básicos da economia (Selic). Nesta quarta-feira (12), a instituição levou a taxa de 12,25% ao ano para 11,25% – o maior corte em oito anos.
Em decisão unânime, a diretoria do BC optou por acelerar o ritmo de cortes. Na reunião anterior, o ajuste feito na taxa havia sido de 0,75 ponto percentual; agora, passou para 1 ponto percentual. Com esse movimento, a Selic caiu ao menor nível desde outubro de 2014, quanto estava em 11% ao ano.
Essa taxa é usada como referência por bancos ao conceder empréstimos a empresas e consumidores e é considerada como um parâmetro para definir o custo do capital no Brasil. Na prática, ela é a taxa mínima de retorno de um investimento e, quanto mais baixa ela fica, mais interessante é para o empresariado tirar projetos da gaveta e contratar.
Em comunicado divulgado após a decisão, a diretoria BC afirmou que o comportamento da inflação e a queda de preço dos alimentos são favoráveis para a política monetária. “Essa intensificação moderada (corte mais forte nos juros) em relação ao ritmo das reuniões de janeiro e fevereiro mostra-se, no momento, adequada”, avaliou o BC no comunicado.
Ainda no documento, a instituição explicou que o Comitê de Política Monetária entende que o movimento observado na inflação, que deve recuar para níveis ao redor de 4,5%, é compatível com o processo de flexibilização monetária (corte de juros).
Empréstimos e financiamentos
A taxa básica de juros também tem influência direta sobre o quanto um consumidor paga por empréstimos e financiamentos. Quando o BC altera o valor desta, também muda o custo dos bancos para captar recursos, dinheiro que será emprestado posteriormente aos clientes.
Se o custo do banco sobe, o empréstimo para o consumidor também pode subir. Se a taxa baixa, esse custo pode baixar. Os juros básicos ainda têm uma importância grande, porque ajudam a controlar a inflação.
O que é meta de inflação
No Brasil, para os preços não saírem de controle, foi criado um sistema de metas de inflação. Ele funciona assim: o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão formado por ministros de Estado, define um objetivo a ser perseguido pelo Banco Central. Em 2017, a meta é uma inflação em 4,5%.
Essa meta, no entanto, permite uma margem para abrigar possíveis crises e choques de preço, ou seja, em situações excepcionais, o IPCA pode chegar a, no máximo, 6% e a no mínimo 3%.
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