giovedì 3 maggio 2018

O crescimento de investimentos chineses na Nova Economia do Brasil

A China prometeu que o investimento direto estrangeiro na América Latina alcançará US$250 bilhões até 2025 – e o Brasil é um foco!

Em 2009, a China passou os EUA e tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil. Os Estados Unidos foram o maior parceiro comercial do Brasil por cerca de 80 anos antes dos Chineses assumirem a ponta, graças ao crescimento na importação de commodities agrícolas e minerais, como soja e minério de ferro. A China segue sendo o maior parceiro comercial do Brasil e agora deseja mais do que comprar commodities brasileiras; os chineses estão com apetite para investir na Nova Economia do Brasil.
O 99, primeiro unicórnio brasileiro, só atingiu este valuation (valor de mercado) graças a investimentos chineses. A própria Didi, espécie de Uber do país, é um dos maiores unicórnios do mundo – seu valor de mercado é estimado em cerca de US$ 58 bilhões. O investimento na 99 é peça fundamental em sua estratégia de expansão na América Latina.
A prefeitura de São Paulo anunciou recentemente acordo para que 80 mil bicicletas compartilhadas sejam colocadas à disposição da população este ano.  Mobike, empresa de compartilhamento de bicicletas chinesa, está entre as quatro empresas permitidas a operar este serviço em São Paulo. A startup foi recentemente vendida por US$ 2,7 bilhões de dólares para a gigante chinesa de tecnologia Meituan Dianping, espécie de Groupon misturado com Yelp com outros serviços da China. Mobike já opera em diversos países na Europa e esta entrando com força na América Latina. A empresa oferece o serviço de bike compartilhada, mas é uma gigante de tecnologia, rica em dados de milhões de usuários.
Investimentos de capital de risco de empresas chinesas na América Latina foram de US$ 30 milhões em 2015, antes do Donald Trump ser eleito nos EUA, para US$ 1 bilhão em 2017, após a eleição do presidente. Enquanto Trump explica sua politica externa no slogan “America First”, a China vai na contramão, focando em preencher o vácuo deixado pelos americanos e internacionalizar suas empresas em velocidade avassaladora. Uma das ações mais significativas é a construção da versão moderna da rota da seda com o “One Belt One Road”, plano governamental que já tem acordos firmados com mais de 60 países e promete investir mais de US$ 1 trilhão além das fronteiras chinesas.
Pouco depois das eleições de 2016 nos EUA, a China “prometeu que o investimento direto estrangeiro na América Latina alcançará US$250 bilhões até 2025”. Eles estão chegando! Prepare-se para encontrar maior impacto de investimentos chineses na Nova Economia brasileira! E não será apenas em empresas de tecnologia. Chineses estão investindo até mesmo em times de futebol no Brasil. Chineses compraram o Desportivo Brasil, time de futebol no interior do estado de São Paulo e colocaram Brunoro, ex-CEO do Palmeiras, como presidente do time. Por quê? O que este investimento em futebol no Brasil tem a ver com a Nova Economia? Parte da modernização da economia chinesa envolve o desenvolvimento do setor de entretenimento.
No começo da década de 90, a China era um país pobre e rural. Saiu da lama tornando-se a fábrica do mundo e produzindo de maneira extremamente eficiente e barata graças a maior urbanização da história da humanidade. Hoje, a China é a segunda maior economia do mundo e a base dela vem se modernizando rapidamente. Em algumas áreas como e-commerce, fintechs e inteligência artificial, a China já é líder mundial. O governo chinês deixa claro que uma de suas principais metas é modernizar a economia e desenvolver o hábito de consumidor dos chineses, que tem uma das menores médias de gasto por pessoa em entretenimento do mundo. Estima-se que até 2020, 600 milhões de chineses serão parte da classe-média na China. O governo quer este povo consumindo para ter uma economia baseada em serviços.
Um dos exemplos mais recentes de investimentos chineses na indústria de entretenimento no Brasil vem da Ledman Optoelectronic, gigante da fabricação de LEDs que patrocina a segunda divisão do campeonato português. Recentemente, anunciaram que a empresa está entrando no futebol brasileiro e vai assumir o Nacional da Amazônia, clube que disputa a quarta divisão do campeonato brasileiro.
O Brasil é a maior economia da América Latina, sétima maior economia do mundo, possui a quinta maior população e um mercado crucial para gigantes como Facebook e Google. A Economia do Brasil é maior que a do resto da América do sul somada. A economia de São Paulo é maior que a economia da Argentina inteira. Portanto, quando empresas buscam se globalizar, é inevitável colocar o Brasil no mapa. Além disso, o país está sendo considerado por muitos como “barato” devido a atual crise política e econômica. Considere que a China só perde para os Estados Unidos em números de unicórnios (empresas de tecnologia de capital fechado que possuem valor de mercado superior a um bilhão de dólares). Estas empresas da Nova Economia que levantaram centenas de milhões de dólares ou até bilhões e buscam crescer a qualquer custo intensificarão seu processo de internacionalização e o Brasil é peça fundamental na estratégia de expansão global de qualquer empresa com verdadeira ambição global.
Duas coisas me incomodam demais: 1) Brasileiros criticando exacerbadamente nosso Brasil para estrangeiros. O complexo de vira-lata ainda é forte demais. Temos problemas, sim. Mas também temos muitas coisas maravilhosas no nosso lindo país. Não conheço nenhum outro povo que foca tanto na metade vazia do copo ao comunicar-se com estrangeiros. 2) O quão pouco os brasileiros conhecem sobrem a China. Eu nasci e cresci em São Paulo e simplesmente a China não fazia parte das aulas de história ou economia do meu querido colégio Sion. Por quê tive que decorar sobre a guerra civil americana na escola e não foi nem mencionada a revolução cultural na China? Em um mundo cada vez mais globalizado, onde as distâncias estão cada vez menores, não dá mais para ignorar a segunda maior economia do mundo que é lar para 20% da população mundial e tem ambição e bolso para causar grande impacto no nosso novo Brasil e na nova economia global. Zàijiàn!

(fonte investe.sp.gov.br)